PROPOSTA DO MOVIMENTO ALTIPLANO RURAL
O Movimento Altiplano Rural (MAR) reconhece a importância da participação social para definição de políticas públicas e aponta que o MAR surgiu desta dinâmica.
A gênese do movimento ocorreu durante reunião organizada por alguns associados da Associação dos Produtores Rurais do Altiplano Leste (Apralb), na sede da entidade, em 22 de julho de 2023.
O mote apresentado na ocasião era a necessidade de contrapor a ideia de que, para impedir os parcelamentos clandestinos, a alternativa seria a urbanização do Altiplano Leste. Os participantes da reunião defendiam a ideia de um Altiplano Rural e Ambiental.
A partir daquela data, 15 reuniões presenciais foram organizadas aos sábados, entre 10h e 12h, na sede da Apralb, para discutir o nome do grupo, as campanhas de sensibilização e as propostas que seriam enviadas ao Governo do Distrito Federal para subsidiar o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot). As reuniões foram organizadas semanalmente, com exceção de um período entre setembro e outubro, no qual se decidiu pela periodicidade quinzenal, devido a uma grande ocorrência de feriados nacionais.
Entre os nomes listados para votação constaram SOS Altiplano Rural, SOS Altiplano Leste, Salve Altiplano Ambiental e Movimento Altiplano Verde. O escolhido foi Movimento Altiplano Rural (MAR).
O grupo foi dividido em subgrupos temáticos, de forma a contemplar várias frentes: técnico, jurídico, articulação político-social, comunicação e cultura.
O objetivo dos grupos era embasar o movimento com conceitos técnico-científicos, ecológicos, culturais e sociais para a proposta do Altiplano Rural. Buscava-se, ainda, definir conteúdo, distribuir tarefas, consolidar a versão preliminar e validar a final, definindo prazos e responsabilidades.
Cada ator se filiou a um grupo, seguindo suas vocações e disponibilidades. A proposta geral era seguir a linha da união, dos temas que ligavam as reivindicações gerais da coletividade. Evitou-se, assim, o dissenso. Prova disso é o diálogo estabelecido quando da definição do nome: “Quem toma as decisões tende a ceder pelas pressões das classes dominantes e do dinheiro. Quem pode lutar contra isso é a pressão popular, ou seja, quanto mais aliados melhor. As massas tendem a se mover pelo afeto. Altiplano Verde carrega o afeto do amor à natureza, que muita gente pode aderir só por isso, ainda que não entendam muito bem a nossa reivindicação. Entendo a vontade de uma pureza conceitual e objetiva ao se defender o SOS Altiplano Rural. Mas será que pega? Que carrega multidões? Podemos defender essa pauta nas esferas certas, com o apoio de uma multidão a nosso favor se sentindo parte do ativismo ambiental.”
Os integrantes do movimento produziram, no período, uma cartilha sobre como denunciar parcelamentos clandestinos, além de um plano de trabalho.
As reuniões se ampliaram e, no dia 21 de outubro, mais de 40 pessoas se encontraram no gramado da Apralb para ler, em conjunto, o Manifesto do Altiplano Rural, redigido em muitas mãos: Manifesto em defesa do Altiplano Rural
O Altiplano Leste que queremos
A petição foi assinada pelas seguintes organizações:
Cirat - Centro Internacional de Água e Transdisciplinaridade;
Cafuringa Store;
Amainar Soluções para Transição;
Selo Feito na Mata;
Cafufilmes;
Espaço Ecocultural Samadhi;
Environmental Wise Paths Consultoria Ambiental Ltda;
e as Ecovilas Sítio Gratidão e Projeto Vilarejo Ecológico Terra de Canaã (e 652 cidadãos e cidadãs até 22 de novembro de 2023).
O manifesto foi publicado no Avaaz - https://bit.ly/movimentoaltiplanorural.
O movimento seguiu suas articulações e, em 2 de dezembro de 2023, organizou sua segunda reunião livre, na qual apresentou e debateu suas propostas ao Pdot com os presentes.
O futuro nos aponta para o fortalecimento do movimento e o desenvolvimento de alguns projetos de geração de trabalho e renda, como a criação de um galpão de reciclagem para resolver a questão dos resíduos sólidos, a criação de uma fábrica de vassouras produzidas a partir de garrafas PET e uma incubadora de projetos.
Galpão de Reciclagem
Construir um galpão de reciclagem para lidar eficientemente com os resíduos sólidos.
Empregar membros da comunidade para coleta, triagem e processamento de materiais recicláveis.
Fábrica de Vassouras Sustentáveis
Iniciar uma fábrica de vassouras produzidas a partir de garrafas PET recicladas.
Fomentar o espírito criativo, oferecendo treinamento para a produção e a comercialização dos produtos.
Incubadora de inovação social
Criar uma incubadora para apoiar ideias inovadoras de negócios sociais.
Oferecer mentoria, recursos e acesso a financiamento para projetos que promovam o desenvolvimento econômico sustentável.
O amanhã também aponta para o fortalecimento do grupo por meio de:
Assembleias participativas
Organizar assembleias regulares para envolver os membros da comunidade na tomada de decisões.
Promover a inclusão de todas as vozes, garantindo representação equitativa de diferentes grupos.
Capacitação comunitária
Promover oficinas e treinamentos para capacitar os membros da comunidade em habilidades essenciais à vida no Altiplano Leste.
Governança participativa
Conselho Comunitário de Desenvolvimento
Estabelecer um conselho de representantes da comunidade e especialistas locais para orientar as decisões estratégicas.
Monitoramento e avaliação
Criar um sistema de monitoramento e avaliação para garantir a eficácia dos projetos e identificar gargalos.
Sustentabilidade ambiental
Educação ambiental
Desenvolver programas educacionais sobre sustentabilidade e conservação ambiental para conscientizar a comunidade, em parceria com a Escola Classe Alto Interlagos.
Incentivos à energia limpa
Explorar oportunidades para a implementação de fontes de energia renovável, incentivando práticas sustentáveis.